" Ide por todo o mundo e pregai o evangelho
          Marcos 16:15
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Marcos 16:15
Lição da Escola Sabatina
 
A terceira viagem missionária
VERSO PARA MEMORIZAR: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20:24).

LEITURAS DA SEMANA: At 18:24-28; 19; 20:7-12, 15-27; 21:1-15; 2Co 4:8-14

O relato de Lucas sobre a terceira viagem de Paulo começa de maneira um tanto abrupta e inesperada. O texto afirma apenas que, depois de passar um tempo em Antioquia, centro das missões de Paulo, o apóstolo “partiu dali e viajou por toda a região da Galácia e da Frígia, fortalecendo todos os discípulos” (At 18:23, NVI). Portanto, os primeiros 2.400 quilômetros da viagem são cobertos em uma única frase.
Isso ocorre porque o foco da viagem era Éfeso, onde Paulo passou mais tempo do que em qualquer outra cidade no decurso de suas viagens. Do ponto de vista evangelístico, o ministério em Éfeso foi muito frutífero; o impacto da pregação do apóstolo chegou a toda a província da Ásia (At 19:10, 26). Provavelmente durante esse período, as igrejas de Colossos, Hierápolis e Laodiceia foram fundadas, talvez por meio de Epafras (Cl 4:12, 13), um dos colaboradores de Paulo (Cl 1:7; Fm 23).
Algo notável sobre essa viagem é que ela foi a última viagem de Paulo registrada em Atos como um homem livre. Lucas também registra outra viagem do apóstolo, desta vez para Roma, mas como prisioneiro.
Sábado à tarde
Domingo
Éfeso: Parte 1

Atos 18:24-28 relata que, enquanto Paulo ainda estava a caminho de Éfeso, um cristão judeu chamado Apolo chegou a essa cidade. Ele era eloquente e tinha grande conhecimento das Escrituras. Apolo era seguidor de Jesus; isso fica claro na descrição de Lucas: “Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus” (At 18:25). No entanto, ele conhecia apenas o batismo de João. Tendo sido batizado por João Batista, Apolo conhecera Cristo durante Sua vida terrestre, mas deve ter se mudado da Judeia – provavelmente de volta a Alexandria – antes dos eventos da Paixão e do Pentecostes.
Isso explica por que Áquila e Priscila o instruíram “com mais exatidão” (At 18:26). Embora pudesse mostrar, mediante as Escrituras, que Jesus era o Messias de Israel (At 18:28), Apolo precisava conhecer o progresso do cristianismo desde o ministério de Jesus. Áquila e Priscila fizeram mais por Apolo: deram-lhe uma carta de recomendação para as igrejas na Acaia (At 18:27), o que lhe permitiu ter um ministério eficaz em Corinto (1Co 3:4-6; 4:6; 16:12).

1. De acordo com Atos 19:1-7, o que aconteceu com Paulo quando ele chegou a Éfeso?

A história de Apolo está ligada ao relato dos 12 homens que Paulo encontrou em Éfeso. Sua descrição como “discípulos” (At 19:1) e a pergunta feita por Paulo (At 19:2) indicam claramente que eles já eram cristãos. Ao mesmo tempo, sua resposta ao apóstolo mostra que, semelhantemente a Apolo, eles também eram ex-discípulos de João Batista, que haviam se tornado seguidores de Jesus sem terem passado pelo Pentecostes. Eles tinham agora a oportunidade de desfrutar uma experiência mais profunda com o Senhor.
“Chegando a Éfeso, Paulo encontrou doze conversos que, à semelhança de Apolo, tinham sido discípulos de João Batista e, como ele, alcançado algum conhecimento da missão de Cristo. Eles não possuíam a habilidade de Apolo, mas com a mesma sinceridade e fé procuravam espalhar o conhecimento que haviam recebido” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 282).
Devemos entender o novo batismo deles à luz dessa situação singular. Eles não estavam vindo de outra denominação cristã nem experimentando a conversão. Eles só estavam sendo reintegrados ao corpo central da igreja. O fato de terem recebido o Espírito e falado em línguas provavelmente significa que eles eram missionários cristãos, assim como Apolo, e que agora estavam sendo totalmente capacitados para testemunhar sobre Jesus Cristo, aonde quer que fossem.
Ano Bíblico: Ez 18–20

Ano Bíblico: Ez 14–17
Segunda-feira
Éfeso: Parte 2

Em Éfeso, Paulo seguiu sua prática de pregar primeiramente na sinagoga. Porém, quando surgiu oposição, ele e os novos crentes se mudaram para o auditório da escola de um certo homem chamado Tirano, onde Paulo pregou diariamente por dois anos (At 19:8-10). O resumo de Lucas a respeito do ministério do apóstolo entre os efésios é que toda a província foi intensamente evangelizada (At 19:10, 26).
Em Atos 19:11-20, Lucas acrescentou algumas histórias de milagres que descrevem a vitória do poder de Deus em uma cidade onde a magia e outras práticas supersticiosas eram bastante comuns. Não há dúvida de que Deus podia curar por meio de Paulo, mas pode parecer estranho para alguns o fato de que mesmo lenços e aventais tocados pelo apóstolo tinham poder de curar (At 19:12), embora isso lembre o episódio em que Jesus curou a mulher com hemorragia (Lc 8:44). As crenças supersticiosas dos efésios podem ter levado Deus a realizar milagres “extraordinários”, como Lucas afirma em Atos 19:11. Possivelmente esse seja um exemplo de Deus satisfazendo as necessidades das pessoas no nível de compreensão delas.
Satisfeito com os resultados de sua missão em Éfeso, Paulo decidiu ir para Jerusalém (At 19:21). Lucas não explica a razão da viagem, mas sabemos, pelos escritos do próprio Paulo, que ele desejava entregar os recursos que coletara entre os crentes gentílicos para aliviar a pobreza da igreja de Jerusalém (Rm 15:25-27; 1Co 16:1-3). A partilha dos bens nos primeiros anos e uma fome severa nos dias de Cláudio empobreceram os cristãos da Judeia, e Paulo viu em sua súplica por ajuda (Gl 2:10) uma oportunidade para fortalecer tanto a confiança deles em seu apostolado quanto a unidade de uma igreja agora transcultural, apesar de saber os riscos a que estaria exposto (At 20:22, 23; Rm 15:31).

2. Leia Atos 19:23-41. Qual foi o verdadeiro motivo para a oposição que Paulo sofreu em Éfeso no final de sua permanência ali?

A oposição tinha a ver com o culto pagão, que foi severamente ameaçado pelo ministério de Paulo. A verdadeira motivação de Demétrio foi claramente financeira, mas ele conseguiu transformá-la em uma questão religiosa, porque o templo de Ártemis (ou Diana), considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo, estava localizado em Éfeso.

Leia Atos 19:27. Observe como Demétrio conseguiu, de maneira astuta, introduzir “piedade” religiosa em sua tentativa de manter o dinheiro fluindo para os artífices. Por que devemos ter cuidado para não usar a fé, ou uma pretensa piedade em relação à fé, de igual maneira?

Terça-feira
Trôade

Após o alvoroço (At 19:23-41), Paulo decidiu deixar Éfeso. Entretanto, ele fez um longo desvio através da Macedônia e da Acaia, em vez de ir diretamente para Jerusalém (At 20:1-3). Nessa viagem, representantes de algumas igrejas gentílicas o acompanharam (At 20:4).

3. Leia Atos 20:7-12. O que há de errado com o argumento comum de que esses versículos provam a mudança do sábado para o domingo?

A parada de Paulo em Trôade terminou com uma reunião da igreja “no primeiro dia da semana” (At 20:7). Eles se reuniram para “partir o pão”, o que provavelmente se refere à Ceia do Senhor, com ou sem a refeição conjunta muitas vezes associada a ela desde os primórdios da igreja de Jerusalém (At 2:42, 46). O fato de não haver menção ao cálice nem a nenhuma oração não anula essa possibilidade. O ponto, porém, é que esse episódio é frequentemente mencionado como evidência de que, no tempo de Paulo, pelo menos as igrejas gentílicas já haviam substituído o sábado pelo domingo como dia de adoração.
Entretanto, antes de fazer essa alegação, é necessário estabelecer o dia preciso em que ocorreu a reunião, bem como a natureza dela. A referência ao uso das lâmpadas (At 20:8), juntamente com o fato de que a mensagem de Paulo continuou até a meia-noite (At 20:7), e depois até o amanhecer (At 20:11), bem como o sono profundo de Êutico (At 20:9), deixam claro que foi uma reunião noturna.
A questão, porém, é se ela ocorreu na noite anterior ao domingo (sábado à noite) ou na noite posterior ao domingo (domingo à noite). A resposta depende do sistema de cálculo de tempo utilizado por Lucas: o judaico, de pôr do sol a pôr do sol, ou o romano, de meia-noite a meia-noite. Se foi o primeiro, então era sábado à noite; no caso do segundo, era domingo à noite.
De qualquer maneira, o contexto de Atos 20:7-12 indica que, mesmo tendo ocorrido num domingo à noite, essa não era uma reunião regular da igreja, mas um encontro especial por causa da partida de Paulo na manhã seguinte. É difícil ver, portanto, como esse episódio isolado e excepcional poderia apoiar a guarda do domingo. O fato é que não o faz.

Reflita sobre as razões para a validade da guarda do sábado. Como o poderoso amparo bíblico ao sábado confirma nossa identidade como adventistas do sétimo dia e nosso chamado para espalhar as três mensagens angélicas?
Ano Bíblico: Ez 24–26
Quarta-feira
Mileto

A caminho de Jerusalém, Paulo fez outra parada, desta vez em Mileto, onde teve a oportunidade de fazer um discurso de despedida aos líderes da igreja de Éfeso.

4. Leia Atos 20:15-27. Qual foi a ênfase de Paulo na parte introdutória de seu discurso? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. (  ) A rejeição de sua mensagem pelos presbíteros.
B. (  ) Ele recapitulou seu ministério na cidade de Éfeso.

Como já havia planejado uma nova viagem que incluía Roma e Espanha (Rm 15:22-29), Paulo acreditava que nunca mais retornaria à Ásia. Então ele começou seu discurso com uma espécie de prestação de contas dos anos passados em Éfeso. Esse relatório, no entanto, apontava não apenas para o passado, ou seja, para a maneira pela qual ele havia vivido entre os efésios, mas também para o futuro, pois ele temia o que poderia lhe acontecer em Jerusalém.
O medo de Paulo não era infundado. A igreja de Jerusalém o via com certo ceticismo, se não hostilidade, por causa do seu passado como perseguidor e por sua pregação de um evangelho isento da circuncisão (At 21:20-26). Para as autoridades judaicas, ele não passava de um traidor e apóstata de suas tradições religiosas (At 23:1, 2). Em meados do primeiro século, especialmente por conta do mal governo romano, a Judeia também estava dominada por ideais revolucionários e nacionalistas. Essa atmosfera influenciava todos os segmentos da sociedade judaica, possivelmente até mesmo a igreja. Nesse contexto, as ações daquele ex-fariseu entre os gentios devem tê-lo tornado uma persona non grata [pessoa não bem-­vinda] na Judeia (At 21:27-36).
Paulo também tinha outras preocupações. Em Atos 20:28-31, ele focalizou a maneira pela qual os líderes da igreja em Éfeso deveriam lidar com os falsos mestres, a quem comparou a lobos vorazes que tentariam desviar e perverter o rebanho. Portanto, mesmo na própria igreja, e mesmo nos seus primórdios, o perigo dos falsos mestres era real. Como disse Salomão em outro momento e em outro contexto: “não há nada novo debaixo do sol” (Ec 1:9, NVI). A história da igreja cristã revela os imensos danos que os falsos mestres podem causar. Esse problema vai existir até o fim (2Tm 4:3).
É claro que Paulo tinha muitas coisas em sua mente, muitas preocupações; porém, sua fidelidade e diligência nunca vacilaram.

Leia 2 Coríntios 4:8-14. Como devemos reagir quando as provações chegam? Em quem Paulo colocou sua esperança suprema?
Ano Bíblico: Ez 27–29
Quinta-feira
Tiro e Cesareia

Depois de Mileto, Lucas relata a viagem de Paulo de forma bem detalhada. Ainda a caminho de Jerusalém, o apóstolo passou uma semana em Tiro, na costa fenícia, onde o navio devia ser descarregado (At 21:1-6). No entanto, enquanto estava ali, os fiéis insistiram para que ele não fosse a Jerusalém. O fato de haverem sido guiados pelo Espírito para advertir Paulo a não ir para Jerusalém não está necessariamente em contradição com a orientação anteriormente dada ao apóstolo. A expressão grega etheto en t? pneumati, em Atos 19:21, talvez deva ser traduzida como resolvido/decidido/proposto no Espírito”, em vez de ser interpretada como se Paulo tivesse chegado a essa decisão sozinho. A questão é que o Espírito pode ter mostrado aos crentes de Tiro os perigos que estavam diante de Paulo e, num ato de profunda solidariedade, recomendaram que ele não prosseguisse com sua intenção. O próprio Paulo não tinha certeza do que lhe aconteceria em Jerusalém (At 20:22, 23). A orientação divina nem sempre torna tudo claro, mesmo para alguém como Paulo.

5. Leia Atos 21:10-14. Qual incidente especial ocorreu em Cesareia a respeito da viagem de Paulo a Jerusalém?

Ágabo era um profeta de Jerusalém que já havia sido apresentado no episódio da fome, em Atos 11:27-30. De maneira semelhante a algumas profecias do Antigo Testamento (por exemplo, Is 20:1-6; Jr 13:1-10), sua mensagem foi dramatizada. Ela serviu como uma ilustração vívida do que aconteceria com Paulo quando ele chegasse a Jerusalém e como seus inimigos o entregariam aos gentios (os romanos).
Os que estavam com Paulo aparentemente entenderam a mensagem de Ágabo como uma advertência, não como uma profecia e, portanto, tentaram por todos os meios convencer o apóstolo a que não fosse a Jerusalém. Embora profundamente tocado pela reação deles, Paulo estava determinado a cumprir sua missão, mesmo que isso lhe custasse a vida. Para ele, a integridade do evangelho e a unidade da igreja eram mais importantes do que a própria segurança ou interesses pessoais.
“Nunca antes o apóstolo havia se aproximado de Jerusalém com o coração tão triste. Sabia que encontraria poucos amigos e muitos inimigos. Estava chegando à cidade que tinha rejeitado e matado o Filho de Deus e sobre a qual agora pairavam as ameaças da ira divina” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 397, 398).

Incompreendido, caluniado, maltratado e muitas vezes insultado, Paulo seguiu com fé. Como podemos fazer o mesmo em circunstâncias desencorajadoras?
Ano Bíblico: Ez 30–32
Sexta-feira
Estudo adicional

“O êxito que a pregação do evangelho alcançou havia despertado novamente a ira dos judeus. De todos os lados, chegavam informações sobre a disseminação da nova doutrina, segundo a qual os judeus eram libertos da observância dos ritos da lei cerimonial e os gentios eram admitidos a privilégios iguais aos dos judeus, como filhos de Abraão. Em sua pregação em Corinto, Paulo apresentou os mesmos argumentos que expunha com tanta veemência em suas cartas. Sua categórica afirmação, de que ‘não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão’ (Cl 3:11), foi considerada pelos inimigos como ousada blasfêmia; por isso, decidiram que sua voz devia ser silenciada” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 390).
“Além disso, Paulo não poderia contar com a solidariedade e o auxílio de seus próprios irmãos na fé. Os judeus não convertidos, que haviam seguido seus passos de perto, não haviam demorado em fazer circular em Jerusalém os boatos mais desfavoráveis sobre ele e sua obra, tanto por carta quanto pessoalmente; e alguns, mesmo dentre os apóstolos e anciãos, tinham aceitado esses relatos como verdadeiros, não fazendo nada para contestá-­los nem manifestando desejo de entrar em acordo com Paulo” (Ibid., p. 398).

Perguntas para discussão
1. Os 12 discípulos que Paulo conheceu em Éfeso eram ex-seguidores de João Batista que haviam se tornado discípulos de Jesus (At 19:1-7). É correto usar essa passagem para exigir o rebatismo de cristãos de outras denominações que já haviam sido batizados por imersão? Qual é o significado do fato de que Apolo não foi rebatizado?
2. Paulo foi rejeitado por seus compatriotas que não acreditavam em Jesus. Mesmo entre os judeus cristãos, muitos o viam com suspeita e desconfiança, porque achavam que ele estava pervertendo os “marcos”. Muitos pagãos odiavam o evangelho que ele proclamava. No entanto, por que Paulo prosseguiu, apesar da oposição? O que podemos aprender com a história do apóstolo?
3. Muitos dizem que o sábado foi alterado para o domingo ou que ele não é mais válido. Assim como a obediência aos outros nove mandamentos não é legalismo, a obediência ao sábado não o é, desde que obedeçamos pela fé, compreendendo onde está nossa salvação. Como você abordaria alguém que defende a guarda do domingo?
Ano Bíblico: Ez 33–35

Ano Bíblico: Ez 21–23